Porque é difícil a inserção da mulher na política?

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Na minha primeira coluna do A Hora, esse é o tema que deixo para reflexão.
Fazer política sempre foi algo restrito aos homens. Desde a Grécia antiga, passando pelo Império Romano, até os dias atuais.
São poucos os países em que a representatividade da mulher na política é proporcional a dos homens, o Brasil foge à regra.

Podemos perceber esse escanteio na porta de entrada partidária. Raras são as mulheres que possuem cargos no primeiro escalão na executiva partidária.Ano passado, o PT “quebrou” essa hegemonia masculina quando elegeu Erika Kokay para presidir o PT – DF e a Senadora Gleisi para presidir o PT Nacional.

A coisa é tão grave, que o TSE deve responder ao questionamento da Senadora Lídice da Mata se os 30% de cotas para as mulheres serem candidatas vale também para a executiva partidária. Só esse ano, o STF determinou que o fundo partidário deve seguir o mesmo percentual do valor das cotas. Antes era de 5 a 15%.

Além da executiva, o percentual de mulheres dentro da câmara dos deputados, representa pouco mais de 10%. Já no senado pelo fato do voto ser do candidato, o percentual aumenta um pouco, quase 17%. No total de 81 senadores.

Mas quais são os motivos para que a mulher se afaste da política?

Podemos dizer que o principal é o ambiente extremamente machista e hostil para nós. Depois enfrentamos problemas no jogo de interesse partidário, que na maioria das vezes possuem vários subgrupos com interesses diferentes. Se você sente afinidade com um grupo, os outros já te veem como inimiga, quando na verdade deveria ser diferente.

A maioria dos partidos possuem seu secretariado da mulher, que deveria servir justamente como fonte de união entre as mulheres. O que não acontece, justamente pelo jogo de interesse dentro do quadro partidário.

Quando alguma mulher apresenta potencial, destoando da maioria e ameaça quem está dentro do secretariado ou executiva, essa mulher é exterminada pois ela ameaça o “poder” das outras.

Nesse quesito admiro a política masculina, pois querendo ou não impera um código de “lealdade” entre eles, coisa que não acontece com as mulheres. Elas não enxergam um potencial como aliada, mas como inimiga.

Outro fator é que somos vistas como objeto sexual, novatas brincando de casinha, sem preparação política. Cursos de preparação política para mulheres são quase inexistentes, quando acontecem, acabam virando mais uma viagem de turismo do que de aprendizado.

Apesar de existirem as cotas partidárias, onde todo partido é obrigado a destinar 30% das vagas para candidaturas femininas, isso não passa de teoria, pois 99% das mulheres que concorrem não passam de candidatas laranjas e raras são aquelas que conseguem bancar sua campanha sozinha, pois o partido, antes da implementação na nova lei, não dava suporte algum, fora o jurídico.

A política precisa do olhar feminino, da compreensão feminina. Precisa do nosso engajamento. Então mulheres, principalmente as que já estão inclusas na política, não olhe a candidata com potencial como inimiga e sim como aliada. Pois juntas somos fortes.

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